terça-feira, 30 de julho de 2013

Programação do CiiS 2013 - Congresso Internacional de Inovação e Sustentabilidade



Programação CiiS 2013

1° Dia - 29 de agosto

8h30 - Abertura Oficial

9h30 - Painel 1 - Educação e Ensino à Distância
  • Dra. Ivanette Bellucci - Fatec Tatuapé
  • Msc. Rogério Teixeira - Centro Paula Souza - CETEC
  • Dr. Angelo Cortelazzo - Coordenador da UNIVESP
  • Dr. Dilermando Piva - Coordenador de EAD - CEETEPS
  • Dr. Enrique Viana Arce - FATEC - Americana
10h50 - Intervalo

11h10 - Painel 2  - Responsabilidade Social e Sustentabilidade na Europa
  • Dr. Fernando Miguel dos Santos Henriques Seabra - ISCAL - Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa - Instituto Politécnico de Lisboa
  • José Elias Parreira Ramalho - Instituto de Desenvolvimento e Inovação Social (I.D.I.S MAIS) - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  • Dra. Maria de Fátima Nunes Jorge Oliveira - Universidade de Évora
  • Dra. Maria João Ferreira Nicolau dos Santos - Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa (ISEG/UTL)
  • Dra. Mónica de Melo Freitas - Centro de Estudos em Sociologia, Universidade Nova de Lisboa
  • Dra. Maria Alice Nunes Costa - Universidade Federal Fluminense
12h30 - Almoço

14h - Ofícina Temática Abraps
  • Comunicação Digital e Engajamento de Redes - Túlio Malaspina - Abraps
14h às 16h - Painel 3 - Tecnologia e Inovação para a Sustentabilidade
  • Luiz Alexandre Mucerino, Vice Presidente do Instituto Jatobás
  • Economia Criativa e a sustentabilidade nas cidades - Prof. Luiz Alberto Machado - Vice-Diretor e professor titular da Faculdade de Economia da FAAP
  • Desenvolvimento Tecnológico na Agricultura Brasileira - Dr. José Eustáquio Vieira - Pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA)
  • Avanços Tecnológicos e Sustentabilidade no Brasil - Dr. Francisco Fechine Borges - UFPE
  • Dr. Oswaldo Massambani - Coordenador da Agência Inova do CEETEPS
16h às 18h - Seções Paralelas

16h às 18h - Workshop - Neuro Comunicação para a Sustentabilidade
  • José Elias Parreira Ramalho - Instituto de Desenvolvimento e Inovação Social (I.D.I.S MAIS) - Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias
  • Heitor Fox - Consultor na Brain Your Business, Lisbon Area, PortugalInformation Technology and Services

2° Dia - 30 de agosto
  • 8h30 - 10h30 - Painel 4 -  Construção: Do Ciclo de Vida à Operação Sustentáve
  • A importância da gestão de facilities na sustentabilidade:Marcos Maran - Presidente da ABRAFAC e Amilcar João Gay Filho,  ABRAFAC 
  • A importância da construções sustentáveis no desenvolvimento de novas tecnologias - Roberto de Souza - CTE - Diretor Presidente
  • Selo Azul Caixa Econômica Federal - Sandra Cristina Bertoni Serna Quinto, Possui graduação em Arquiteta e Urbanismo pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo (1994), possui especialização em Gestão Urbana e Desenvolvimento Municipal pela Universidade de Brasília (2007) e cursa mestrado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de Brasília com enfoque na temática Sustentabilidade e Meio Ambiente. Com 20 anos de experiência em projetos de edifícios, atua como arquiteta na CAIXA desde 2003.  Participou do grupo de trabalho que elaborou o Selo Casa Azul CAIXA e é arquiteta na Gerência Nacional de Sustentabilidade e Responsabilidade Socioambiental da CAIXA. 
  • Gestão de Resíduos na Construção uma experiência prática - Isac Moises Wajc - Sócio-proprietário da REDERESÍDUO
  • Resíduos industriais e reciclagem - Msc. João Ailton Brondino - Pesquisador da UFScar
10h30 - Intervalo

10h50 - Painel 5 - Comunicação, Cultura, Tecnologias
  • Comunicação e Sustentabilidade -  MsC. Vivian Ap. Blaso S. S. Cesar, PUCSP. Relações Públicas e Docente
  • Redes digitais e sustentabilidade - Dr. Mássimo di Felice - ATOPOS/ USP
  • RSE: experiência na América Latina - Msc. Valmir de Oliveira – Universidade Mayor, Chile
  • Diálogo Online com Stakeholders - Fernando Legrand - Coordenador Académico no CapacitaRSE, e editor do Blog RSE Online desde 2004
  • Inovação, Consumo e Tendências - MsC Fábio Mariano Borges - Publicitário e Sociólogo 
12h30 - Almoço

14h - Oficina Temática Abraps 
  • Negócios Sociambientais: da teoria a prática - Anna Cristina Romanelli, Carlos Eduardo de Faria Ronca, Lizandra Mayra Gasparro, Mariana Guimarães e Thais Magalhães - Abraps
14h às 16h - Mesa Redonda: responsabilidade civil criminal e ambiental na gestão de resíduos
  • Francisco Luiz Biazini Filho - Fundador e Conselheiro do GAO: Grupo de Articulação das ONGs brasileiras na ISO 26000
  • José Valverde Machado Filho - Presidente do Instituto Cidadania Ambiental
  • Luiz Aceti Jr. – Advogado especialista em direito ambiental e agrário e professor UNISAL da Campinas, sócio-fundador do Mercado Ambiental
  • Prof. Dr. Roberto Baungartner - Diretor Ticket Serviços
15h às 17h30 - Seções Paralelas

16h às 18h - Painel 6 -  Construções Sustentáveis: Variáveis e Vertentes
  • Dra. Sasquia Hizuru Obata -  Variáveis da sustentabilidade nas construções - FATEC
  • Dra. Maria de Jesus Seabra  - Vertentes de Sustentabilidade e Infra estrutura de Transportes - ISEG - Lisboa
  • Dra. Maria Madalena Moreira Vasconcelos - “Sustentabilidade de Sistemas Urbanos
  • de Água” - Universidade de ÉvoraMsC - Catarina Selada - Cidades Inteligentes - Licenciada em  Economia e Mestre em Economia e Gestão de Ciência e Tecnologia pelo ISEG-UTL. Encontra-se a frequentar o Programa de Doutoramento em “Governação, Conhecimento e Inovação” na Universidade de Coimbra. Trabalha na INTELI – Inteligência em Inovação desde 2000, como Directora do Departamento de "Cidades & Territórios". Neste âmbito, tem participado em diversos projectos europeus e nacionais centrados no desenvolvimento regional e urbano, inovação e sustentabilidade, nomeadamente o Re-green – “Regional Policies towards Green Buildings” e RENERGY – “Regional Strategies for Energy Conscious Communities”. É também responsável pela iniciativa “Índice de Cidades Inteligentes 2020”, instrumento que está a ser aplicado às 25 cidades nacionais do RENER – Living Lab para a Inovação Urbana.
  • AES Eletropaulo - Apresentação do Case  “Smart Grid”
18h - Coquetel de Lançamento do Livro: Ciência e Tecnologia como vetor para Sustentabilidade 






Para saber mais e ter acesso a todas as informações já publicadas sobre o evento acesse e confira o site oficial do CiiS : http://www.ciis.com.br/

Apoio Oficial: 

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Clamor Coletivo: Medicina, Ciência e Complexidade

Vivian Blaso*

CLAMOR COLETIVO
Sou a insatisfação. Mas só me realizo na manifestação coletiva.
Individualidade. Num clamor universal: o novo fenômeno social.
O modelo mundial está equivocado.
Numa nave, tão pequena de abundância terrena.
Voltar aos estudos tribais.
No respeito: a individualidade
O mundo: Clama
A uma simples felicidade!
Sorrir ao desconhecido, sorrir, sorrir
A telepatia global: a empatia
As necessidades: A paz, o sono tranquilo, o respirar, o ar puro
Enquanto viver: São quatro
Estações no ano
Nas colheitas sazonais
Um supre o outro, sem ganância, sem torpeza.
Enquanto escrevo o que penso, nunca saberás o que canto.
Enquanto escrevo o que digo, nunca saberás o que penso.
São os gorjeios dos pássaros
A natureza do encanto, o recôndito d'alma, a tênue seda do amor.
O segredo contido numa explosão interior.



Atalir Ávila de  Souza 
Pai da autora do Blog Conversa Sustentável, Advogado e Poeta


Está claro que estamos vivendo um clamor coletivo. Época de descrença nas instituições políticas, privadas e religiosas. Essa falta de crença tem levado as pessoas para as ruas, a manifestarem suas insatisfações, mas onde há descrença também há esperança. Se não fosse a descrença, não teríamos a esperança e não nos movimentaríamos por melhores condições de vida, afinal o discurso das instituições políticas, privadas e religiosas também é o nosso discurso e sempre nos direcionaram a buscar o bem-estar. 

O desejo comum da nossa civilização é a felicidade, por isso estamos presenciando o movimento dos trabalhadores e de categorias como a dos médicos em busca de melhorias e autonomias que os estariam beneficiando em seus processos e dinâmicas de atendimentos cotidianos aos seus pacientes. Vou tomar como exemplo o ato médico para chamar a atenção sobre a emergência de reformas que poderiam verdadeiramente transformar não só os médicos brasileiros, mas a sociedade como um todo.

Edgar Morin, em seu livro A via para o futuro da humanidade, dedicou um capítulo para analisar a situação da medicina e da saúde. O autor tomou como exemplo a medicina ocidental, que, em função dos progressos na pesquisa, ampliou a expectativa de vida no mundo ocidental de 25 para 80 anos, o que contribuiu com a medicina ensinada nas faculdades e a tornou legítima e aceita pela comunidade científica.

A partir da década de 60, com o aparecimento da AIDS, a comunidade de médicos ficou abalada e tomou consciência de que não seria possível controlar a proliferação de vírus e bactérias. Com isso, foi necessário repensar os protocolos e rever as crenças de que este processo racional legitimado não produzia somente verdades racionais.

Nessa mesma época, em Nova York, Rachel Carson desencadeou uma série de debates nacionais sobre o uso de pesticidas químicos e os limites do progresso tecnológico, pois o uso indiscriminado de pesticidas começava a afetar a vida de pessoas, plantas e animais. 

Segundo Morin, a consciência ecológica nos fez reconhecer os limites dos poderes humanos sobre a natureza. Para ele, as hiperespecializações na medicina compartimentalizaram os saberes sobre o corpo e separaram o corpo em partes fragmentadas. Essa fragmentação promoveu a separação entre disciplinas, que oculta as conexões complexas que existem entre as partes do corpo e suas correlações com o ambiente. O indivíduo é tratado como paciente, mas ignorado como pessoa. Há uma disjunção entre a medicina que trabalha o corpo e as diversas psicoterapias, ou seja, a medicina trata o organismo, mas raramente trata a pessoa inserida em seu contexto social.

O desenvolvimento farmacológico empobreceu o conhecimento fitoterápico, e hoje nenhum ensinamento universitário mostra que o ser humano é multidimensional. Dessa forma, a ciência e a medicina isolaram os indivíduos. Mas o indivíduo vive em diversos circuitos e faz parte de uma biosfera, e isso reflete a imagem das necessidades de mudanças necessárias
à nossa civilização contemporânea.

Pensar na medicina ocidental requer o complexus, isto é, aquilo que é tecido em conjunto. Como posso tratar um paciente ignorando que ele é um sistema aberto recursivo e interacional? 

A medicina requer a transdisciplinaridade - um modo organizador que pode atravessar as disciplinas e vai convergir para a unidade. Para reformar a medicina é necessário também reformar a ciência; precisamos religar o que foi desligado. É necessário contextualizar e recontextualizar as relações entre os saberes fragmentados.

Como podemos desconsiderar os conhecimentos sobre a natureza, os alimentos e suas propriedades curativas? A medicina chinesa e a acupuntura inseridas nos procedimentos da medicinal ocidental? O papel da religião como crença que cura? O saber dos xamãs? Esses dilemas ainda imperam na Sociedade Brasileira de Medicina, que até dias atrás conferia aos médicos o poder exclusivo de prescrever terapias aos seus pacientes. O que devemos fazer com o conhecimento de um fisioterapeuta que, na lida diária com seus pacientes, descobre práticas inovadoras de melhorias, por exemplo, das funções motoras?

Morin encerra o capítulo com as vias reformadoras da medicina e da saúde: a reforma dos estudos da medicina, reforma da relação médico/paciente, reforma da relação generalista/especialista, reforma dos orçamentos, a via das simbioses entre medicinas, reforma dos hospitais e da indústria farmacológica.

Há uma emergência de reforma não só no pensamento da medicina, mas na reforma da ciência. Essa é uma proposta ousada, mas não é impossível, uma vez que a reforma do pensamento nos sugere um reaprender a pensar, a religar todos os continentes que foram separados desde a visão cartesiana que percorre a ciência contemporânea até os dias de hoje.  

Ir para as ruas manifestar-se já é um ato corajoso nos dias de hoje, mas também é um sinal de mal-estar geral na civilização, por isso encerro o texto com uma frase de Freud: "Os juízos de valor dos homens são inevitavelmente governados por seus desejos de felicidade, e, portanto são uma tentativa de escorar suas ilusões com argumentos".


*Profa. Vivian A. Blaso S. S. Cesar é Doutoranda e Mestre em Ciências Sociais, Especialista em Marketing e Sustentabilidade, Presidente da Organização do #Ciis2013. Ela estará no painel Comunicação, Cultura e Tecnologias que ocorrerá no segundo dia do Congresso (30/8). Veja a programa completa aqui https://www.facebook.com/Congresso.CiiS


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARSON, Rachel. Primavera silenciosa. Trad. Claudia Sant`Anna Martins. 1. ed. São Paulo:  Gaia, 2010.
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização. Trad. Paulo César Souza. 1. ed.São Paulo: Penguin Classics, Companhia das Letras, 2011. 
MORIN, Edgar. A via para o futuro da humanidade. Trad. Edgar de Assis Carvalho, Marisa Perassi Bosco. 1. ed. Rio de Janeiro: Bertrand, 2013.