sábado, 27 de fevereiro de 2016

Abelhas polinizadoras importantes para a agricultura brasileira

Tereza Cristina Giannini
Instituto Tecnológico Vale Desenvolvimento Sustentável – ITVDS

A maior importância ecológica das abelhas está relacionada à polinização. A polinização é um processo de transferência de grãos de pólen de uma flor para outra. Estima-se que mais de 90% das plantas com flores dependem de polinizadores animais. Estes, ao visitarem as flores para se alimentar de pólen ou néctar, acabam ficando com os grãos de pólen aderidos em seus corpos. Ao se deslocarem entre as flores, eles levam os grãos de uma flor para a outra. O grão de pólen ao ser depositado na flor, se funde ao óvulo, o que dará origem às sementes e frutos. Assim, muitas plantas dependem de animais para a produção de frutos e sementes, o que tem relação direta com a agricultura.

Recentemente foi publicado um artigo na revista internacional Apidologie, onde foi feita uma revisão de 249 publicações científicas sobre os polinizadores de culturas com interesse econômico. É importante enfatizar que nessa revisão, foram diferenciados os insetos que apenas visitam as flores, dos que realmente a polinizam. Isso foi feito porque nem todos os visitantes florais tocam os órgãos reprodutivos das flores e por isso, nem todos são capazes de transferir o grão de pólen em direção ao óvulo. Assim, nesse trabalho, polinizadores e visitantes foram analisados separadamente, e a ênfase foi dada para as espécies que realmente atuam como polinizadores.

Foram identificados os polinizadores de 75 culturas agrícolas brasileiras. Esses polinizadores estão distribuídos em 250 espécies de animais, sendo que 87% são abelhas. Os gêneros de abelhas citadas como polinizadores efetivos e que merecem destaque são: Centris, um gênero de abelhas solitárias, conhecidas como abelhas de óleo por coletarem óleo floral; Xylocopa, abelhas solitárias de grande tamanho conhecidas como carpinteiras, pois, fazem seus ninhos cavando buracos na madeira e; Bombus, abelhas também de grande porte conhecidas como mamangavas. Outros dois gêneros importantes são pertencentes às abelhas sem ferrão: Melipona e Trigona. As abelhas sem ferrão são sociais e muito úteis para manejo, pois não apresentam ferrão funcional. Elas já haviam sido destacadas por sua importância na polinização em culturas agrícolas em trabalhos anteriores, tanto internacionais quanto brasileiros.

Duas espécies de abelhas merecem destaque: a Apis mellifera, chamada de abelha do mel ou africanizada, citada como polinizadora de 28 culturas e a Trigona spinipes (irapuá), citada para 10 culturas. Essas duas espécies são particulamente interessantes por apresentarem ampla distribuição geográfica, permitindo que executem os serviços de polinização nas diferentes regiões brasileiras, incluindo áreas degradadas com baixa diversidade. Além dessas, destaca-se também a Xylocopa frontalis (uma espécie de abelha carpinteira) e a Melipona fasciculata (uruçu cinzenta).

Outro grupo de espécies que deve ser enfatizado é o pertencente à família Halictidae, uma família que apresenta muitas espécies de abelhas, algumas das quais muito chamativas com cores metálicas que variam entre o verde e o azul. Essa família, no entanto, é ainda pouco estudada, e por isso, a identificação das espécies é muito difícil. Mais da metade das vezes em que essa família apareceu citada nos trabalhos consultados, a identificação não estava completa, dificultando muito a análise. As culturas que foram citadas como sendo polinizadas por abelhas pertencentes a essa família são pimentão, tomate, algodão, jurubeba, berinjela, morango, camu-camu e acapu.

Os dados obtidos também foram analisados considerando-se as diferentes regiões do Brasil. Poucos dados foram obtidos nas regiões norte e centro oeste, demonstrando o desconhecimento que ainda existe sobre os polinizadores de culturas agrícolas nessas duas regiões. Muitas plantas de interesse regional, principalmente no norte do país, também foram pouco citadas. Falta conhecimento básico sobre sua biologia floral e seus polinizadores, temas que ainda precisam ser mais bem estudados.

Em uma segunda revisão, publicada pelo Journal of Economic Entomology, foi analisada a dependência das culturas agrícolas por polinização animal. Já é bem conhecido que algumas culturas com alta produção mundial (como trigo, milho e arroz, por exemplo) são polinizadas pelo vento, ou seja, não dependem de polinizadores animais. Por outro lado, culturas com alto valor nutricional (como frutas e legumes), e que muitas vezes estão na base da agricultura familiar e consistem em importante fonte de renda na economia regional, são mais dependentes de polinizadores. Então, uma avaliação desse tipo é importante, especialmente diante dos cenários de desaparecimento de abelhas e déficits de polinizadores no hemisfério norte que vêm sendo reportados.

Medidas de dependência de culturas agrícolas por polinização já vêm sendo feitas globalmente desde a década de 90, e foram sugeridas quatro classes de dependência: essencial, grande, modesta ou pequena. Essa atribuição foi baseada em estudos que revelaram que algumas culturas quando não polinizadas apresentavam uma redução entre 90 e 100% na produção (dependência considerada essencial); outras, entre 40-90% (dependência considerada grande); entre 10-40% (modesta); e entre 1-10% (pequena).

Assim, para que se pudesse ter uma dimensão da dependência por polinizadores, foi feita uma revisão baseada em 57 trabalhos publicados na literatura científica sobre o tema. Estes trabalhos citavam 85 culturas como apresentando algum grau de dependência por polinização animal, sendo que mais de um terço dessas culturas (30 culturas) foram citadas como apresentando dependência essencial ou grande por polinizadores.
As culturas que foram citadas como apresentando dependência essencial por polinizadores são: abóbora, acerola, cajazeira, cambuci, castanha do pará, cupuaçu, fruta do conde, gliricídia, jurubeba, maracujá, maracujá doce, melancia, melão e urucum. Já as que foram citadas como apresentando grande dependência foram: gabiroba, goiaba, jambo vermelho, murici, pepino, girasol, guaraná, tomate, abacate, pinhão manso, damasco, cereja, pêssego, ameixa, adesmia e araticum.

Além disso, o mesmo artigo citado acima e publicado pelo Journal of Economic Entomology também estimou o valor econômico da polinização para a agricultura. O método utilizado para calcular esse valor foi proposto por autores internacionais na década de 90. Apesar de outros métodos terem sido propostos desde então, esse é particularmente útil por ser de baixa complexidade.

O valor econômico da polinização é calculado como uma função de dois fatores: a dependência de cada cultura por polinização e o valor de produção anual de cada cultura. Como dito acima, a dependência por polinização é estimada a partir das quatro classes já citadas (essencial, grande, modesta ou pequena) e a cada uma dessas classes é atribuída uma taxa de dependência (respectivamente, 0,95; 0,65; 0,25 e 0,05). Essa taxa é então, multiplicada pelo valor da produção anual de cada cultura. No caso do Brasil, o valor de produção anual de algumas culturas está disponível no sítio da Internet do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi possível estabelecer o valor da polinização para apenas 44 culturas, que possuíam tanto a dependência quanto o valor da produção definidos. A produção total dessas 44 culturas no ano de 2013 (ano para o qual foi feita a avaliação) foi de aproximadamente 45 bilhões de dólares. O valor econômico da polinização obtido para essas culturas no mesmo período foi de aproximadamente 12 bilhões de dólares, o que equivale a quase 30% do valor total.

É importante enfatizar que quase metade do valor da polinização obtido equivale à soja, uma cultura extensamente produzida no Brasil e, portanto, com alto valor total de produção. Essa cultura foi classificada como tendo uma dependência modesta por polinizadores, mas essa dependência ainda precisa ser mais bem avaliada, uma vez que existem muitas variedades diferentes sendo cultivadas no país atualmente. Outras culturas além da soja e que se destacam com valores altos de polinização são o café, tomate, algodão, cacau e laranja. Destas, apenas o cacau tem uma dependência essencial por polinizadores; as demais têm dependência pequena ou modesta, mas devido aos altos valores de produção no país, os valores de polinização obtidos também são elevados.

Esse tipo de medida é importante para chamar a atenção para o valor da biodiversidade. Muitas vezes, esse reconhecimento é ainda pequeno por parte da população em geral, ou dos agricultores, ou tomadores de decisão. Por isso, atualmente, tem sido enfatizado o conceito de serviços ecossistêmicos, que são os benefícios que os ecossistemas trazem para o ser humano devido ao seu funcionamento intrínseco. Assim, o serviço de polinização ocorre naturalmente devido aos processos inerentes das áreas naturais, que servem de habitat para os animais que atuam nas áreas agrícolas polinizando as culturas. Isso deixa claro que a proteção de áreas de habitats nativos entremeados nas culturas são importantes por garantir os polinizadores e estes, a produção agrícola, sendo de interesse não apenas para aqueles que apreciam a beleza cênica das áreas naturais, mas também para a economia local e para a produção de alimentos.

Especialmente o reconhecimento do papel dos insetos é de suma importância. Esses animais ainda são pouco pesquisados e pouco protegidos. No entanto, muitos deles têm papéis cruciais na natureza e sua importância precisaria ser mais bem conhecida e divulgada. Portanto, os polinizadores são um excelente exemplo de como a natureza atua, de formas por vezes sutis, na manutenção das sociedades humanas, principalmente através de seu papel na polinização e produção de alimentos. Estuda-los e protege-los equivale no fim, a contribuir para a própria manutenção do bem estar humano.

Referência completa dos artigos citados
Giannini T.C., Boff S., Cordeiro G.D., Cartolano Jr. E.A., Veiga A.K., Imperatriz-Fonseca V.L., Saraiva A.M. 2015. Crop pollinators in Brazil: a review of reported interactions. Apidologie 46: 209-223. URL:http://link.springer.com/article/10.1007%2Fs13592-014-0316-z
Giannini T.C., Cordeiro G.D., Freitas B.M., Saraiva A.M., Imperatriz-Fonseca V.L. 2015. The dependence of crops for pollinators and the economic value of pollination in Brazil. Journal of Economic Entomology 108: 849-857. URL: http://jee.oxfordjournals.org/content/early/2015/05/03/jee.tov093

Quadros sintéticos dos resultados obtidos
Abaixo podem ser encontrados quatro quadros que sintetizam os resultados mais importantes dos trabalhos citados.

Quadro 1. Espécies de abelhas que foram citadas como polinizadores efetivos do maior número de culturas agrícolas, bem como suas distribuições geográficas e o grau de dependência de cada cultura por polinizador animal. As espécies em negrito destacam-se por serem citadas como polinizadores de muitas culturas que apresentam dependência essencial ou grande por polinização animal (ver também Quadro 2).
Abelha
Distribuição geográfica no Brasil*
Cultura agrícola polinizada
Dependência da cultura por polinizador animal
1) Apis mellifera(abelha do mel ou abelha africanizada)
Todas as regiões
1.       abóbora
Essencial
2.       acapu
Indeterminada
3.       algodão
Modesta
4.       amora
Modesta
5.       café
Modesta
6.       cajá
Essencial
7.       caju
Modesta
8.       camu-camu
Indeterminada
9.       canola
Modesta
10.   cebola
Polinização não aumenta produção+
11.   girassol
Grande
12.   goiaba
Grande
13.   jatropa
Indeterminada
14.   joá
Pequena
15.   laranja
Modesta
16.   mandioca
Polinização não aumenta produção++
17.   manga
Polinização não aumenta produção
18.   melão
Essencial
19.   morango
Modesta
20.   pedra ume caa
Indeterminada
21.   pepino
Grande
22.   pimenta
Pequena
23.   pimentão
Pequena
24.   pitanga
Modesta
25.   pitanguba
Indeterminada
26.   soja
Modesta
27.   tomate
Grande
28.   umbu
Modesta
2) Xylocopa frontalis(carpinteira)
Todas as regiões
1.       castanheira do brasil
Essencial
2.       cumaru
Indeterminada
3.       feijão caupi
Indeterminada
4.       gliricídia
Essencial
5.       goiaba
Grande
6.       jurubeba
Essencial
7.       maracujá
Essencial
8.       maracujá doce
Essencial
9.       murici
Grande
10.   umbu
Modesta
11.   urucum
Essencial
...

Show das águas: fim de semana terá vertimento “gigantesco” na Itaipu e vazão três vezes maior nas Cataratas

 
Vertimento deve chegar a mais de 10 mil metros cúbicos de água por segundo na usina.

Espetáculo em Itaipu, espetáculo nas Cataratas. Neste fim de semana, em Foz do Iguaçu, as águas vão dar um show a mais nos rios Paraná e Iguaçu. É uma boa oportunidade para visitar os dois principais atrativos da região de fronteira.

Na usina de Itaipu, o vertimento deve atingir proporções “gigantescas”, com uma vazão prevista de mais de 10 mil metros cúbicos de água por segundo (m³/s), com possibilidade de ser aberta a terceira calha do vertedouro - são três, no total. Já no Parque Nacional do Iguaçu, as quedas d´água devem mais que triplicar de volume. A vazão prevista é de 5 mil m³/s, quando o normal é entre 1.200 e 1.500 m³/s.

Neste sábado (27), o vertedouro da usina deve escoar 9.268 m³/s, enquanto no domingo (28) o escoamento programado é de m³ 10.053 m³/s. Há pelo menos um mês, a usina não vertia nessas proporções. O último grande vertimento foi no dia 24 de janeiro, quando foram escoados 8 mil m³/s.

Ao longo de fevereiro, o volume de água vertida – que é aquela não utilizada para movimentar as turbinas e gerar energia elétrica – ficou bem abaixo da média de janeiro. As exceções foram justamente os dois últimos dias, quinta e sexta-feira (25 e 26), com o escoamento de mais de 7 mil m³/s. O vertedouro deve ficar aberto por pelo menos mais uma semana.

Cheia e monitoramento

A usina está produzindo em capacidade máxima, mas mesmo assim a água que chega ao reservatório é superior à necessária para a produção, devido à cheia do Rio Paraná. Como não é possível ser armazenada, o excedente é escoado pelo vertedouro.

A cheia é consequência dos efeitos do El Niño, fenômeno que altera o regime hidrológico no Brasil e, este ano, trouxe mais chuvas para várias regiões do Brasil, principalmente o Sul e, nos últimos meses, também o Sudeste.

Na região da Ponte da Amizade, na fronteira do Brasil com o Paraguai, o nível do rio está quatro metros acima do normal. No bairro paraguaio San Rafael, mais de 50 casas foram afetadas.

A Itaipu mantém uma Comissão de Cheia mobilizada. Boletins hidrológicos são emitidos diariamente com o monitoramento dos rios e avisos de alertas para a defesa civil dos dois países.



Fonte: Divisão de Imprensa Itaipu

Reconhecido internacionalmente por sua substancial contribuição científica na Antártica, o Brasil voltará a ter sua base que integra o Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR). O lançamento da pedra fundamental da nova Estação Antártica Comandante Ferraz (EACF) será feito na próxima segunda-feira (29), pelo ministro da Defesa, Aldo Rebelo.

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Após o grave incêndio, ocorrido no dia 25 de fevereiro de 2012, que destruiu a edificação principal da Estação, foi realizado um exitoso e complexo planejamento logístico-operacional, envolvendo pesquisadores, militares e civis, além do emprego de cinco navios, para instalação dos Módulos Antárticos Emergenciais (MAE), que permitiu a permanência brasileira na Antártica e a continuidade das pesquisas.
O Programa Antártico Brasileiro, sob a coordenação da Marinha do Brasil, foi criado em 1982 por um grupo de pesquisadores com o objetivo de desenvolver um programa científico que incluísse o Brasil entre os países do Tratado da Antártica. Em 1991, a assinatura do Protocolo de Madri classificou a Antártica como reserva natural dedicada à paz e à ciência.

As obras para reconstrução da Estação Antártica Comandante Ferraz começaram em dezembro de 2015, após a empresa China Electronics Imports and Exports Corporation (CEIEC) vencer a licitação. A conclusão da obra está prevista para 2018.

A nova Estação

O conceito do projeto da nova Comandante Ferraz foi construir uma estação, localizada na Península Keller, que atendesse aos anseios da comunidade científica e que servisse como referência para futuras edificações na Antártica.

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Ela comportará 64 pessoas em uma área de aproximadamente 4.500 m².  Com um design moderno e tecnologia de ponta, a edificação brasileira contará com 17 laboratórios, setor de saúde, biblioteca, sala de estar, entre outros departamentos.

Para a concepção da nova base brasileira, foi levada em consideração uma arquitetura capaz de prover condições para que a vida humana possa estar presente até mesmo nos locais mais longínquos e inóspitos do planeta, em plenas condições de segurança e em harmonia com o meio em que estiver inserida.
Adotou-se um conceito de planejamento semelhante ao que seria empregado para a concepção de uma cidade de pequeno porte, isolada das demais facilidades urbanas, em que se devem ter condições de vida, com boa qualidade e segurança, para toda a população residente.

Sobre o PROANTAR

Nas suas três décadas, o Programa Antártico Brasileiro realizou uma média anual de vinte projetos de pesquisas nas áreas de oceanografia, biologia, biologia marinha, glaciologia, geologia, meteorologia e arquitetura, além de permitir à Marinha do Brasil, com o apoio da Força Aérea Brasileira, realizar uma das maiores operações de apoio logístico, em termos de complexidade e distância.

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As atividades científicas são propostas e desenvolvidas por estudiosos de universidades e instituições de pesquisa de diversas regiões do Brasil que, de forma interdisciplinar e interinstitucional, conduzem investigações nas áreas de Ciências da Terra, Ciências da Atmosfera e Ciências da Vida.

Operações

As missões de apoio à Estação Antártica Brasileira são organizadas pela Marinha, por meio da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) que, além da parte logística e operacional, prepara o cronograma de revezamento dos pesquisadores ao longo da operação.

O PROANTAR realiza atividades científicas na Antártica durante todo o ano, mas, a exemplo dos outros Programas, é no verão antártico (outubro a março) que ocorre a movimentação de pesquisadores, pessoal de apoio, equipamentos e material.

Em função das condições climáticas e do congelamento do mar, as operações também ocorrem apenas nesse período, quando cerca de 200 pesquisadores realizam suas atividades. O planejamento anual de atividades é denominado Operação Antártica (OPERANTAR), e sua execução tem ocorrido desde o ano de 1982, quando teve início a OPERANTAR I.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério da Defesa